segunda-feira, 5 de maio de 2008

Dependurar-se na cruz e depender da graça

A sociedade e que vivemos sugere de inúmeras formas que o caminho a seguir é ascendente. Chegue ao topo, esteja sob os holofotes, quebre o recorde - é isso que chama atenção e nos leva a primeira página do jornal, oferecendo as recompesas do dinheiro e da fama. A nossa cultura valoriza a "mobilidade ascendente": seguir um caminho seguro na carreira, manter o status quo, parecer interessante aos outros, ser bem-sucedido nos negócios, na política, nos esportes, no mundo acadêmico ou até mesmo na prática espiritual.
[Porém], quando estou na presença do Senhor com mãos vazias, como um servo sem serventia, conscientizo-me da minha dependência básica e da minha profunda necessidade de graça. A oração me ajuda a romper a pretensão de plenitude e "auto-suficiência". Convida-me a me ajoelhar, fechar os olhos e estender os braços. Em oração, ouço a voz de Deus me chamando para ir em frente. Encontro meu caminho para casa, descubro a minha vocação para cuidar e ser cuidado em comunidade.

NOUWEN, Henri. Direção espiritual. Petrópolis: Vozes, 2007. p. 175,180.