terça-feira, 28 de outubro de 2008

Reforma e pentecostalismo

Só existe pentecostalismo porque existiu reforma.

A comunidade acadêmica do CEEDUC está refletindo esta semana no Forum de Pentecostalidade e Reforma (27 a 31/10/2008) sobre "Convergências e tensões de uma busca comum", assim na primeira noite surgiu uma pérola poética que transcrevo abaixo, de autoria de nossa secretaria Andréa Nogueira.

Tensões e convergências, dúvidas e convicções,
somos apenas seres humanos buscando algo.
Há 491 anos, um homem se levanta, ou é levantado.
E questiona. Pois buscava algo,
algo que ao invés de fechar,
abriria as portas do céu para o branco e o negro,
para o homem e para a mulher, para o culto e iletrado.
Algo que realmente fosse a liberdade,
mas uma liberdade que não precisasse ser comprada,
liberdade na realidade imerecida, mas contudo doada.
31 de outubro de 1517, dia em que através de Lutero
nasce a Reforma Protestante.
A liberdade do pensamento que agora converge na direção do Espírito.
Do Espírito Santo!
Que no dia de pentecostes encheu toda a casa;
Espírito Santo que levanta William Seymour
e que faz o mundo conhecer um lugar
até então sem prestígio chamado Rua Azuza;
Espírito Santo que comissiona dois suecos
para trazer ao nosso país
o movimento que revolucionaria o cristianismo em terras brasileiras.
Protestantes e pentecostais, grupos diferentes, caminhos diferentes,
mas que convergem para o mesmo lugar,
o mesmo objetivo: anunciar o Reino, viver o Reino
e esperar pelo Rei do Reino.
Talvez trilhemos caminhos diferentes por toda nossa existência,
mas tendo a convicção de que o mesmo alvo será alcançado.

Andréa Nogueira

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Existe graça na política atual?

A história da igreja evangélica em Joinville, em relação à política, tem sido de uma atuação incipiente nos últimos pleitos. Candidatos oficialmente apoiados não se elegem, enquanto os não apoiados conseguem seu espaço, ocasionando assim constrangimentos. Não seria isto um prenúncio profético da própria igreja quanto a atuação política dela mesma?

Existem suspeitas para isto que poderiam ser timidamente apontadas como:
1. A corrupção praticada por boa parte de autoridades eleitas, assim a igreja estaria conivente com isto;
2. O desvio da função pastoral e eclesial durante as campanhas, com desvio de foco ministerial;
3. A grande força exercida pela igreja, desperdiçando sua energia durante as eleições de seu foco principal;
4. O desvio de foco de outras atividades e funções importantes da igreja, como ser instrumento profético, atendimento aos pobres e educação, que também são tarefas da igreja conforme Mt 28.20, Lc 4.18.

Qual deveria a postura da igreja? Duas, ao menos, que se fundem uma com a outra:
1. Instrumento de justiça de Deus na terra, fazendo propostas aos políticos em relação à saúde, educação, moradia, erradicação da pobreza e dificuldades de acesso a cidadania plena;
2. Ser voz profética desmascarando a omissão acima descrita e ainda apontando a corrupção reinante.

Com posturas diferentes desta, perde-se a autoridade de Deus que João Batista excerceu sobre Herodes, desmascarando seu pecado e como Jesus, chamando-o de raposa. No afã de conseguir autoridade política, perde-se a autoridade profética. Se não for assim acabamos concordando com os erros da atual forma de gerir recursos públicos (sabe-se que 30% das verbas públicas são desviadas no Brasil).

Estas são apenas algumas considerações que julguei pertinentes nesta hora em que se pergunta pelos porquês.