segunda-feira, 21 de abril de 2008

Em busca da verdadeira espiritualidade

Espiritualidade não pode ser confundida com ascetismo, carisma, dons ou qualquer forma de ostentação exterior. Porém, parte da vivência e imitação da mesma beleza da pessoa de Cristo (2Co 3.18), numa intimidade e amizade transformadora com Ele.

A espiritualidade cristã autêntica, sempre será precedida pelo milagre do novo nascimento como condição básica de um relacionamento saudável consigo mesmo, com o próximo e com Deus.

1. Eu
Estar bem consigo mesmo/a é uma das maiores buscas do ser humano, para isto, várias técnicas são desenvolvidas pela ciência para que isto ocorra, no entanto, o bem estar autêntico somente é alcançado com um coração quebrantado e apegado ao Senhor e à sua Palavra numa comunhão íntima. É estar livre das amarras do pecado experimentando cura substancial dos pensamentos, da consciência, de problemas psicológicos e dos relacionamentos.

2. O outro (o próximo)
Um dos maiores tesouros que a raça humana perdeu com a queda foi a capacidade de amar plenamente seu semelhante. Esta era a essência do Jardim do Édem. Ira, rancor, ódio e vingança passaram a fazer parte dos relacionamentos, alienando-se assim do seu semelhante. O reviver da espiritualidade perdida no Édem nos chama a amar incondicionalmente, entregando-se sem reservas ao outro e repartindo o que pode ser compartilhado.

3. Deus
Partindo do fato concreto de que o relacionamento existente entre Deus Pai e Deus Filho não é apenas um conceito teológico da trindade, o cristão deve se apropriar da verdade de que é um filho amado do Pai cuidadoso e que pode desfrutar de toda herança que Ele proveu (Lc 15.31), vivendo assim em confiança, contentamento e gratidão.

4. O amor e a cobiça
O primeiro mandamento remete a amar a Deus acima de todas as coisas, o segundo a amar o próximo como a nós mesmos, quando se nega esta vivência está-se incorrendo contra o décimo mandamento, “não cobiçarás”. Está-se desejando para si mesmo o que pertence a Deus (glória, poder, soberania) e ao outro (os mesmos direitos).

5. Como é a espiritualidade pentecostal?
A espiritualidade pentecostal sempre prezou por um relacionamento pessoal com Deus. Valoriza-se a oração, o jejum, a leitura da Bíblia, a obediência e a manifestação de dons espirituais.

Sua característica principal é a oralidade, ou seja, é prioritariamente expressa pela fala, valorizando assim a cultura oral, normalmente presente entre comunidades pobres. Desta forma vê-se o agir de Deus proporcionando inclusão a pessoas que não têm acesso a cultura escrita.

6. Como deveria ser a verdadeira espiritualidade
Ser mais afetiva e menos utilitarista;
Ser mais contemplativa e menos sensacionalista (Sl 131.1-2);
Ser mais inclusivista e menos intimista;
Ser mais humilde diante do ministério divino e menos arrogante achando que sabe tudo sobre Deus[2];
Ser mais reflexiva e menos irracional;
Ser mais tradicional/inovadora e menos tradicionalista;
Ser mais centrada em Cristo e menos humanista;
Ser mais pietista e menos hedonista;
Ser mais ética e menos estética;
Ser mais realista e menos triunfalista;
Ser mais relacional e menos ativista.

[2] SUNG, Jung Mo. Educar para reencantar a vida. Petrópolis: Vozes, 2006. p. 153.

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